Por Wesley Lima
Fomentar através de atividades criativas e reflexivas o contexto dos assentamentos e escolas do campo, orientando sobre os riscos do uso de agrotóxicos e reafirmando as discussões a cerca dos princípios da agroecologia, é um dos principais objetivos da “Campanha Extremo Sul pela Vida, Agrotóxicos Zero”.
Lançada em maio deste ano e realizada na região do extremo sul baiano, as atividades em torno da campanha possuem dois compromissos centrais. Defender o princípio da soberania alimentar e fortalecer o debate da agroecologia.
Estes compromissos aliados ao objetivo da campanha procuram eliminar o uso de agrotóxicos e de sementes transgênicas do manejo produtivo dos assentamentos e acampamentos do MST.
De acordo com Julia Lopez, setor de produção do MST, “a campanha está sendo uma forte ferramenta de sensibilização e formação de nossos trabalhadores e trabalhadoras rurais. A ideia é fortalecer o debate em torno da agroecologia e construir espaços para se discutir e refletir sobre a maneira como produzimos”.
As ações estão vinculadas a Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida que constrói a nível nacional um debate acerca do uso de defensivos agrícolas, denunciando-os como causadores de diversas doenças ao ser humano e a degradação do meio ambiente.
Na Bahia a campanha toma dimensões mais locais. Os diálogos sobre a produção com os assentados e acampados se constrói com uso de mecanismos educativos e produtivos de acordo com a realidade do estado.
Acompanhando todo o processo de formação e contribuindo com as metodologias educativas, a Escola Popular de Agroecologia e Agrofloresta Egídio Brunetto composta por profissionais de diversas áreas, estão sendo os parceiros neste processo de capacitação e formação.
Até então, os debates que estão sendo propostos pela campanha estão acontecendo em todos os espaços de encontros, reuniões, assembléias e grupos de estudos. A ideia central é envolver todos os núcleos de família e setores do MST para se engajar nesta bandeira agroecológica e difundir as discussões em diversas localidades.
Saadia Oliveira do Coletivo de Comunicação e Cultura afirma que “70% das famílias assentadas e acampadas na região do extremo sul da Bahia não utilizam mais agrotóxicos no cultivo de suas produções”.
Para Ela, o mais importante deste espaço é poder ver a participação massiva das famílias Sem Terra no processo de formação e capacitação.
Atividades Realizadas
Em maio e junho foi o lançamento o vídeo da campanha que circulou em sete assentamentos da região. Logo em seguida o mês de julho foi marcado pela apresentação da campanha para os educadores e educadoras do MST.
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Encontro de Educadores/as do MST - Regional Extremo Sul |
Próximas Atividades
Nos meses de agosto e setembro pretende-se efetivar a campanha dentro das escolas do campo com elaboração de mensagens por cada comunidade escolar.
Em outubro, será realizado o Seminário da Escola Popular e no mês seguinte, os Encontros de Brigadas e o Encontro Regional com o "Cine Clube da Farinhada", cujo tema será os debates da campanha.
A proposta dada pelo MST é que as atividades acerca das questões agroecológicas e a luta contra os agrotóxicos não seja uma iniciativa apenas do extremo sul baiano, a ideia é que as demais regiões venham aderir esta campanha e difundir as discussões nos assentamentos e acampamentos de todo o estado.
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