Brigada de Audiovisual da Bahia é consolidada através do Encontro de Comunicação Comunitária

Entre os dias 19, 20 e 21/07 aconteceu no Assentamento Terra Vista, localizado no município de Arataca-BA, o “Encontro de Produção Audiovisual e Comunicação Comunitária” envolvendo moradores do assentamento, militantes do MST, do Ponto de Cultura Casa de Boneco, representantes de comunidades Quilombolas e Indígenas do território Litoral Sul, membros do Grupo de Estudos e Práticas em Políticas Agrárias (NEPPA) e do Grupo de Ação Interdisciplinar em Agroecologia (GAIA) e da Rede Mocambos, além de integrantes do projeto Tabuleiros Digitais, totalizando 30 pessoas.



Todas essas organizações tinham por objetivo maior contribuir na consolidação da Brigada de Audiovisual da Bahia que propõe fortalecer os veículos de comunicação já existentes em cada entidade. Possibilitando, a criação de novas ferramentas e formando multiplicadores do saber técnico da construção de documentos audiovisuais, utilizando-os a favor da luta popular.


Durante os dias de encontro, os participantes debateram a importância da comunicação como ferramenta de luta social e construíram coletivamente os princípios, objetivos e a divisão de tarefas orgânicas da Brigada, consolidando assim o coletivo e agendando desde já, ações na perspectiva da produção audiovisual.

Compreendendo a importância da comunicação como ferramenta estratégica de luta, Joelson Ferreira, Assentado no Terra Vista e integrante da Teia de Agroecologia, afirma que os movimentos e organizações devem aliar a ação de luta a divulgação. Pensando desta forma, é possível construir ideologicamente uma mensagem positiva sobre as questões que norteiam as mobilizações sociais.

Para Ele, “a Brigada de Audiovisual deve cumprir o papel de construir dentro dos movimentos e organizações novas perspectivas de luta, protagonizando a participação da Juventude, formando assim, novos militantes comunicadores”.

Brigada

A brigada de audiovisual surge a partir da necessidade das organizações sociais do campo de criarem novas ferramentas para dialogar com a sociedade, levando em consideração a importância da luta de cada organização para que se efetive um modelo social justa e igualitário.

“A Brigada possuí o dever de mostrar a real imagem dos diversos povos que vivem no campo, para isso é preciso desconstruir a deturpada ideia que a grande mídia construiu referente a luta popular e as manifestações culturais que enraízam o processo das organizações sociais”, afirma Jorge Rasta, integrante da Casa de Boneco. 

O primeiro trabalho realizado pela Brigada foi um vídeo sobre as festas de 25 anos de MST no estado da Bahia, comemorado em setembro de 2012. Deste então, a ideia de criar uma brigada que possa estar se apropriando do conhecimento técnico no audiovisual tornou-se presente nas entidades que estavam contribuindo no processo.

Este já é o segundo espaço construído pela Brigada de Audiovisual visando a consolidação da mesma e a formação de novos comunicadores populares. 

Em junho, reuniram-se cerca de 20 jovens de diversas organizações para debaterem e produzirem alguns documentos audiovisuais da 1º Jornada de Agroecologia, tendo como perspectiva, a divulgação de um modelo de produção sustentável e a formação da juventude inserida, tendo este espaço como um primeiro momento de consolidação da Brigada.

De acordo com a Carta dos Princípios da Brigada de Audiovisual, “no mundo novo que queremos construir, não ha lugar para as velhas opressões (racismo, machismo, homofobia) e, diante disso, nos propomos a construir nossa pratica, a partir da educação popular e da vivencia comunitária. Queremos criar uma ferramenta contra-hegemonica em relação ao modelo imposto, construindo assim uma linguagem cinematográfica que seja popular e possa atender aos anseios das organizações populares”.