Durante ato político com Dilma, milhares de trabalhadores dizem não ao golpe

Mais de 1.500 Sem Terra se somaram a milhares de trabalhadores na manhã dessa terça-feira (26/04) em um Ato Político de Inauguração do Residencial Coração de Maria e Lagoa da Paixão, onde a presidenta da república, Dilma Rousseff, marcou presença com uma comitiva de representações políticas estaduais e nacionais.


O conjunto residencial está localizado no município de Simões Filho, e possui 2.800 habitações financiadas pelo programa Minha Casa Minha Vida. 

Na oportunidade, diversos gritos de ordem vinham da plenária denunciando o golpe através do processo de impeachment, que tramita no congresso nacional, e em defesa da democracia. 

O governador da Bahia, Rui Costa, durante sua fala, legitimou o mandato da presidenta, reafirmando o valor quantitativo de votos adquiridos pela Bahia para que Dilma assume-se a presidência. “Estamos recebendo a presidenta que o povo escolheu”. 

“Existe um sentimento de indignação dos baianos e das baianas. Pois votamos na presidenta e isto precisa ser respeitado”, explicou o governador. 

Ele disse ainda, que a partir do governo do Partido dos Trabalhadores (PT), há 13 anos, hoje o povo pode ter acesso à água, energia, moradia e dignidade. “Não vai ter golpe”, enfatizou.

O posicionamento assumido pelo governador se espalhou por toda plenária, que em uma única voz repetiam também: “Não vai ter golpe. Vai ter luta!”.


“Não cometi nenhum crime”

Nunca houve crime de responsabilidade e se não há crime, o pedido de impeachment é golpe, disse a presidenta Dilma Rousseff, em repúdio ao processo que foi aprovado no último domingo (17) pela Câmara dos Deputados. 

“Estou sendo vítima de uma injustiça. Esse golpe é contra tudo que construímos nos 13 anos de governo. Precisamos nos apoiar na democracia, que sempre será o lado correto”.

Abraço em Dilma

O apoio ao mandato de Dilma foi simbolicamente representado também, a partir de um encontro com diversas mulheres, ligadas a movimentos e organizações populares, entre elas, cerca de 20 trabalhadoras Sem Terra estenderam a bandeira vermelha do MST. 

“Com solidariedade e empatia a luta pela democracia, nós mulheres da classe trabalhadora viemos abraçar a presidenta e denunciar o golpe”, disse Marisa, da direção estadual do MST. 

Durante o ato, os trabalhadores Sem Terra reafirmaram o compromisso de permanecerem em luta contra o golpe, em defesa da democracia e da Reforma Agrária.