Por Wesley Lima
Fotos: Coletivo de Comunicação do Extremo Sul
Reivindicar, formar, capacitar, empoderar e revolucionar são as palavras que estão motivando a construção de diversos encontros com Educadores e Educadoras do MST em toda a Bahia.
Desde o início deste segundo semestre o MST através do Coletivo de Educação vem construindo espaços de estudo e capacitação que visam promover a formação continuada de educadores dos Assentamentos e Acampamentos.
Os encontros estão trabalhando no cultivo da identidade política e pedagógica de uma escola pública do campo, trazendo em sua teoria e prática a realidade social vivenciada pelos movimentos populares.
Nesta dinâmica pedagógica de formação, os encontros pretendem ser realizados nas localidades e a nível regional, propiciando a troca de saberes e a garantia de um debate rico e diversificado.
Carlos Henrique, educador na região norte da Bahia, acredita que o encontro cumpre o papel de resgatar o processo de formação, melhorando as metodologias educativas e fomentando a organicidade dos movimentos sociais, a fim de fortalecer o processo de luta e a construção de uma sociedade melhor.
Para Ele existem questões que são essenciais a serem discutidas, “precisamos estudar a nossa mística, a história e a organicidade do MST, o nosso Plano Político Pedagógico (PPP), a ciranda e acima de tudo, analisar a conjuntura da educação na Bahia”.
Já Eliane Oliveira, educadora no extremo sul, traz a tona uma reflexão sobre a pedagogia proposta pelo MST, “a nossa pedagogia tem sido um espaço de reflexão e modificação das nossas práticas de forma que a realidade é o centro das nossas ações”.
Educação do Campo
Conceituando o processo de educação do campo, Josenilza Figueredo da Direção Estadual do MST, visualiza esta prática pedagógica como uma educação voltada para o indivíduo que reside no campo e que tem suas especificidades.
Trabalhando nestas especificidades, Ela acredita na construção de uma educação de qualidade voltada para formação política e ideológica do ser humano. Uma formação na qual os sujeitos envolvidos sejam capazes de compreender e intervir nos processos políticos, sociais e econômicos da sociedade na qual está inserida.
“Precisamos fortalecer os princípios educativos que visam estudar a partir do contexto real vivido pelos indivíduos e que venham contribuir na prática com o seu cotidiano”, conclui Josenilsa.
Desafios
Diversos desafios são enfrentados todos os dias pelos educadores na implementação deste modelo pedagógico popular, Eliane acredita que “o desafio maior é conceber e concretizar o desenho de uma escola que considere a formação integral dos estudantes, que coloque a ciência a serviço da vida deste sujeito”.
Além disso, o Coletivo Estadual de Educação visualiza o ensino como uma ferramenta que forme as pessoas criticamente, “o MST tem sido referencia na construção de uma pedagogia que protagoniza o trabalhador rural diante de suas diversas demandas e a Educação do Campo proposta busca interagir com essa realidade na perspectiva de transformar a sociedade”.
Os Encontros na Bahia
Até então, as regiões do Baixo Sul e Extremo Sul já realizaram seus encontros contando a participação de cerca de 500 educadores.
Com datas agendadas, a região Norte, Nordeste e Chapada pretende capacitar mais 450 educadores.
Existem regiões, como o Sudoeste, Oeste e Sul que ainda não marcaram uma data para realizar os encontros.
Contabilizando a participação dos educadores neste processo a nível estadual, anseia-se envolver mais de 1.300 pessoas. A partir daí, a ideia central é fortalecer a prática educativa com um olhar sensível a realidade do campo e a organização dos movimentos sociais, em especial o MST.
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