Nossos traços, nossa música e nossa dança no VI Congresso Nacional do MST


Ilê Aiyê no Barracão do Nordeste
 
Alan Tygel e Wesley Lima
Fotos: João Lucas
 
Embalados pelos ritmos típicos brasileiros é que a delegação da Bahia, com sua representatividade cultural, se faz mais forte nas noites do barracão da região nordeste no VI Congresso Nacional do MST que aconteceu em Brasília entre os dias 10 e 14 de fevereiro.
 

As atividades possuem por objetivo apresentar as principais manifestações culturais existentes no nordeste. Para além disto, o espaço propiciou construir um dialogo entre os diversos ritmos, numa convergência cultural.

Tudo isso acontecia na Mostra Nacional de Cultura e Produção Camponesa que trouxe alimentos, bebidas, artesanato e música de todo o Brasil.


Compreendendo a importância de se construir um espaço de disseminação cultural, Zé Pinto, cantador do MST, afirma que “a cultura ajuda a renovar as energias, porque as conquistas não tem sido lá grande coisa”.
 

Durante as noites do Congresso era possível fazer um giro pela cultura popular do Brasil em cinco atos. As barracas das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e Norte montadas na feira do VI Congresso do MST ofereceram aos visitantes comidas, bebidas, artesanato e música de todo o país. E é exatamente isso que o MST chama de cultura.
 

“Cultura é muito mais do que cantar. É o jeito do povo viver, os costumes de se alimentar, de se vestir, que esse sistema quer quebrar, colocando essas ilusões na cabeça das pessoas para poder incentivar o consumismo da juventude. Isso não tem nada de cultura. Essa cultura de raiz, da identidade do povo brasileiro é que a gente tem que resgatar para poder construir junto uma sociedade com outros valores”, declara Zé Pinto.
 

Bahia
 

O estado da Bahia se faz presente nestas atividades culturais trazendo o samba de roda e o forró como principais atrações. E claro, as comidas típicas baianas, como o acarajé, estão marcando presença através dos companheiros e companheiras da Regional Recôncavo.
 

Como símbolo de alegria e confraternização, as apresentações baianas não ficam restritas ao palco do nordeste. Durante as noites diversas rodas de samba animam os Trabalhadores Rurais Sem Terra que participam do Congresso Nacional.
 

Falando sobre a importância deste espaço de apresentações culturais, com foco na Bahia, Neuza de Jesus, Assentada no Milton Santos, recôncavo, afirma que “neste espaço a Bahia está mostrando todo o gingado e a força cultural de nossas comunidades. Isso é muito importante, pois estamos divulgando as nossas raízes”.
 

“O Congresso Nacional está construindo um debate político em torno da Reforma Agrária Popular, e as atividades culturais propõe desenvolver um espaço de confraternização, alegria e muita dança”, conclui Neuza.
 

Passaram pela barraca do nordeste representando a Bahia, o grupo de Samba de Roda do Recôncavo, Ilê Aiyê e Grupos diversos de forró dos assentamentos. Prova do sucesso das apresentações é a super lotação do espaço da barraca durante todas as noites.