Filhos de agricultor são despejados depois de 40 anos no local e o MST dá apoio

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Por Romilson Souza e Roque Reis

Nesta quarta-feira por volta das 11 horas da manhã ocorreu um despejo na Fazenda Pau Ferro, município de Wagner na região da Chapada Diamantina. 

Os filhos do agricultor Milton que mora há mais de quarenta anos no local foram obrigados a saírem da área.

A fazenda pertence ao advogado Aparício Hora Valú que mora em São Paulo e que segundo informações dos moradores locais, dificilmente frequenta a área, quem ao longo desse tempo esteve presente na propriedade é a família do senhor Milton e Dona Zene que mora no local há mais de 40 anos. 

Na propriedade eles criaram mais de 12 filhos que nasceram na própria localidade.

O Senhor Milton, criou seus filhos a partir das roças e criações que ele tinha. Atualmente está com problema de saúde e seus filhos quem estão assumindo a produção e ajudando a família criarem os irmãos mais novos, mas, há um tempo, vem sofrendo ameaças de serem retirados do local.


Motivo do despejo

Há pouco tempo, os irmãos Mateus Silva de Souza, Rafael Silva de Souza e o primo conhecido como Êga, resolveram produzir uma pequena roça de tomate no local, como o tomate tem gerado muito lucro na região e o proprietário não ia lucrar nada com isso, ele não aceitou a produção e alegou que os jovens estão produzindo sem o seu consentimento. Sendo esta, a justificativa dada para retirarem os três garotos da propriedade.

MST dá apoio

Ao saber do que estava acontecendo o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), junto com a população das comunidades e dos assentamentos vizinhos se uniram no local para dar apoio a família do agricultor, antes da chegada da policia.

Ao chegarem o oficial de justiça leu o mandato de reintegração de posse pedindo para que os jovens desocupassem a área. 

Os jovens por não ter para onde ir, um dos integrantes do MST levou para sua casa até encontrarem uma solução para o problema.

Se futuramente toda a família do Senhor Milton for despejada, os filhos de assentados dos assentamentos vizinhos que estão indignados com o fato acontecido prometem ocupar a área, para que seja desapropriada para fins de reforma agraria.