Para esta data o MST contou com a participação de lutadores e lutadoras que ajudaram a consolidar o movimento no estado desde a sua primeira ocupação. Além, de parceiros a direção estadual e regional.
Durante os dois dias de festas aconteceram homenagens aos companheiros e companheiras que ajudaram a construir e fortalecer a luta do movimento no estado, exposição do artesanato e da produção regional, um acervo histórico contando o início da luta pela terra nos diversos municípios baianos e diversas atrações musicais.
O que não poderia ficar de fora deste momento de abertura é a reafirmação das bandeiras de lutas do MST na Bahia, que tem como ponto de partida: a reforma agrária, cultura, o combate a violência sexista, democratização dos meios de comunicação, saúde pública, educação do campo, diversidade ética, soberania alimentar.
Para este momento Jaime Amorim declara, “Devemos nos colocar a serviço da luta contra o latifúndio, defendendo nossas bandeiras e permanecendo nela até o fim”.
O marco destes festejos foi à plantação de árvores num pomar criado no assentamento. A ideia central ao plantar árvores frutíferas é eternizar os 25 anos de lutas, resistência e conquistas do MST na Bahia.
Início
A história do MST na Bahia se inicia cinco anos depois que o movimento se consolida no sul no Brasil. O mesmo surgi da indignação às desigualdades sociais provocadas pelo sistema capitalista e o latifúndio. Assim são demarcados seus objetivos quanto movimento social: Lutar pela Terra; Lutar por Reforma Agrária; Lutar por uma sociedade mais justa e fraterna;
No dia 06 de setembro de 1987 o MST reuniu cerca de 350 famílias vindas dos municípios de Alcobaça, Teixeira de Freitas, Prado, Itanhém e Itamaraju que juntas ocuparam a fazenda 4045.
Cada família envolvida na ocupação lutava por uma melhor condição de vida. A princípio as dificuldades eram muitas por falta de estrutura física para mantê-las resistindo, mesmo assim no dia 07 de setembro já estava consolidada a primeira ocupação de terra do MST na Bahia.
Conquistas
Durante esses 25 anos de lutas e resistências o MST teve várias conquistas que beneficiaram a classe trabalhadora.
Entre elas temos a emissão de posse para 132 Assentamentos onde residem 10.483 famílias. Estas famílias produzem e promovem sua independência financeira e política por meio da agricultura familiar.
Mas, a luta do MST não se resumiu apenas pela conquista da terra. O movimento criou neste período os setores que atuam nestas áreas junto com os órgãos públicos para desenvolver ações públicas para as famílias assentadas e acampadas.
Dentro deste contexto, por exemplo, a implementação de Agroindústrias e Fecularias, a organização das redes produtivas do café, leite, cacau e mamona, o PPA e o PNAE, são ações que beneficiam os trabalhadores e trabalhadoras sem terra em toda a Bahia.
Os 25 anos do MST na Bahia é marcado por uma trajetória que organiza a classe trabalhadora, buscando refletir a sociedade e fazendo da terra um espaço coletivo que produza bens que gera a soberania alimentar e ideológica.
De acordo com Zé Rainha, “Só existe movimento social, por que somos herdeiros de lutadores e lutadoras do campo, como: Antônio Conselheiro, Zumbi do Palmares, Che Guevara, Moisés. Nosso compromisso é refletir essa luta dividindo a terra e construindo uma nova sociedade”.
Comente com o Facebook: