FOTO | Peter Shilton |
“Que passos precisam ser dados pela classe trabalhadora para avançarmos na luta contra a ofensiva conservadora da direita?”. Esta foi uma das perguntas que norteou o debate realizado neste último sábado (09/01) no Museu da Moeda, localizado no Pelourinho, em Salvador, na Plenária dos Movimento Sociais com João Pedro Stédile, do MST.
A atividade aprofundou o debate em torno do atual cenário político e construiu, junto com os Movimentos Sociais, centrais sindicais e partidos de esquerda presentes, lutas coletivas em defesa dos direitos da classe trabalhadora.
Além disso, a plenária fortaleceu a Frente Brasil Popular através da formação e da unidade política.
Mais de 200 pessoas estiveram presentes, porém, o protagonismo da juventude e da pauta feminista na luta de classes garantiu inserir diversas bandeiras de luta na leitura política realizada por João Pedro.
Crises
Iniciando as discussões, Stédile disse que o Brasil está vivendo um momento gravíssimo de sua história que se reflete historicamente em diversos tempos específicos. “A chamada crise”, afirmou.
Ele pontua ainda quatro crises no brasil. A primeira é a social, em seguida, a crise econômica, depois a política e por fim, uma crise ambiental.
“Na social, a crise se revela a partir da negação, ou no não acesso de direitos conquistados pela classe trabalhadora e como essas influenciam diretamente no fortalecimento das desigualdades sociais. Exemplo disso, são os diversos empasses na educação e na saúde”, destacou.
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Outro ponto está ligado à economia, que “se revela na estagnação econômica que pretende perdurar por mais quatro anos”.
João Pedro disse ainda que “a natureza desta crise está ligada ao capital internacional e é preciso realizar um investimento interno para sairmos dela”.
Na crise política, “a burguesia sequestrou a democracia brasileira, tornando-se necessário realizar uma reforma do sistema político através de uma Assembleia Constituinte”, apontou.
Já a crise ambiental se revela através dos últimos acontecimentos que tiveram repercussão internacional, com destaque para a falta d’água em São Paulo e o “crime” realizado pela Samarco e Vale, em Mariana.
Reação burguesa frente a crise
“A classe dominante está dividida”, disse.
“Temos um grupo que pede a volta do neoliberalismo. Também temos aqueles que não possuem um projeto e são dependentes do mercado interno. Por fim, temos a pequena burguesia que é formada por sujeitos burgueses ideologicamente e que apoiam o impeachment”, explicou.
Diante disso, Ele afirmou que sem uma unidade na classe dominante, o atual cenário político social se apresenta de maneira complexa, gerando muitas lutas e pautas distintas.
E a classe trabalhadora?
Já a classe trabalhadora, sendo a principal vítima das crises apontadas, segundo Stédile, está fora da disputa “sendo necessário realizar um amplo trabalho de formação e conscientização”.
“Para alterar a conjuntura é preciso que o povo ocupe as ruas em defesa da democracia e dos direitos da classe”, conclui.
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