Sem Terra apontam a agroecologia como modo de vida capaz de garantir a Soberania Alimentar


Entre os dias 25 e 28/11 aconteceu o Encontro Nacional do Setor de Produção do MST, na Escola popular de Agroecologia e Agrofloresta Egídio Brunetto, no Prado, Extremo Sul da Bahia.

O evento contou com a participação de 100 trabalhadores Sem Terra de todas as regiões do Brasil com objetivo de debater a conjuntura sócio-política nacional, o avanço do agronegócio, as ameaças do capital à Soberania Alimentar e a organicidade do setor de produção, cooperação e meio ambiente.

Os trabalhadores também pautaram a agroecologia como um modo de vida capaz de superar a lógica do capital e de construir a Reforma Agrária Popular.

Para João Paulo Rodrigues, da direção nacional do MST, a classe trabalhadora é a mais afetada diante do avanço do capital financeiro internacional e das crises econômica, política e social que assolam o país.

“Os efeitos da avanço do capital no campo, em especial os monocultivos da cana de açúcar e do eucalipto, têm trazido problemas sócio-ambientais seríssimos e ameaça diretamente a soberania alimentar do Brasil”, afirmou.

“Soma se a isso, o avanço do capital através da indústria química que tem trazido centenas de prejuízos a saúde da população, em especial quando se refere ao uso intensivo dos agrotóxicos e dos agroquímicos”, concluiu.


Frente a essa lógica, os Sem Terra entendem a agroecologia como ferramenta capaz romper com o modelo de produção do capital, fomentando novas relações sociais baseadas na solidariedade e no respeito a natureza e ao ser humano.

Nesse sentido Antônio de Miranda, da direção nacional, afirma que a agroecologia, além de revitalizar a biodiversidade do solo, traz outra compreensão na formação e na produção dos trabalhadores.

“A agroecologia envolve as famílias num processo de construção social através de uma relação harmônica com a natureza”, afirmou Miranda.

Para Elizabeth Rocha, da direção nacional do MST, a socialização das experiências do processo de construção da agroecologia a partir dos acampamentos e nos territórios constituídos em assentamentos servem como elemento integrador da implantação da Reforma Agrária Popular. 

“A Reforma Agrária Popular constitui hoje numa construção que tem como principal objetivo a produção de alimentos saudáveis para toda a sociedade e a recuperação dos recursos naturais que estão sendo dizimados pelo capital”, concluiu Rocha.