Militantes do MST realizam atividade de avaliação e formação no extremo sul da Bahia


Nos dias 07 e 08 cerca de 200 militantes do MST realizaram na Cabana Boca da Barra, em Porto Seguro, o 12º Encontro da Brigada Elias Gonçalves de Meura.

Com objetivo de analisar o atual cenário político, avaliar as lutas realizadas no decorrer do ano e apresentar os desafios organizativos que os Sem Terra possuem para o próximo período, o encontro homenageou o militante Elias Gonçalves, do Paraná. 

“Eu não me importo se tenho que doar a minha vida para salvar meu povo”. Esta frase de Elias se repetiu diversas vezes durante as atividades do encontro, norteando as principais questões pautadas pelos Sem Terra. 


De acordo com Jazian Mota, da direção estadual do MST, “conseguimos avaliar profundamente como foi o nosso ano e avançar no processo de estudo e formação das trabalhadoras e trabalhadores que estão ajudando a construir as lutas pela terra em nossa região”. 

Nos dois dias de estudo, os Sem Terra debateram a organicidade e as metodologias que precisam ser adotadas para garantir que a produção e a comercialização sejam fortalecidas. 

Além disso, “a agroecologia está sendo uma base política que estamos discutindo todos os dias nos assentamentos e acampamentos do MST”, destacou Mota.

Já Edi Carlos, também da direção do Movimento, acredita que os debates em torno da produção, comercialização e agroecologia caminham juntos e ambos precisam ser pensados como um desafio.

“Nós temos um grande potencial produtivo, exemplo disso, é a quantidade e qualidade de nossa produção nas feiras que construímos aqui na região. Com isso, temos o desafio de industrializar os nossos produtos para criar uma marca e referência na sociedade, levando o nome da agroecologia e da Reforma Agrária”, disse.



Todos estes debates foram realizados através de rodas de conversas, exposições e trabalhos em grupo.

Ciranda Infantil

Se na plenária a produção, educação e a luta pela terra ganham destaques, a ciranda infantil garante diversão e aprendizado com as brincadeiras de roda, pinturas e gritos de ordem. 

Durante o encontro, cerca de 20 Sem Terrinha estudaram os temas das plenárias com metodologias diferenciadas. Aprendendo brincando o significado da mística e da produção de alimentos. 

Cultura

Nas noites, os trabalhadores resgataram as lutas e as principais manifestações culturais realizadas nos assentamentos e acampamentos do MST na região, fortalecendo a identidade militante. 

“O olhar do sujeito camponês na construção de nossas lutas, precisa estar presente nas atividades culturais. Queremos dançar, gritar, movimentar o nosso corpo nos diferentes ritmos e provocar reflexões sobre a luta de classe”, explica Neuza de Jesus, da direção regional do MST.


Encontros na Bahia

O mês de novembro e dezembro serão marcados pela realização de diversos encontros com a militância Sem Terra de norte a sul da Bahia.

Enquanto este encontro estava acontecendo, no baixo sul e sul do estado outras brigadas estavam realizando atividades de formação e avaliação das lutas com 300 trabalhadores. 

Para Evanildo Costa, do MST, “estamos vivendo um momento em que a burguesia possui força política e nós em quanto classe trabalhadora precisamos nos organizar”. 

“Os encontros de brigada são apenas o início de uma série de atividades de estudo e formação política com os trabalhadores que até dezembro pretendem reafirmar o nosso compromisso de avançar na luta pela Reforma Agrária na Bahia e no Brasil”, enfatizou Costa.