Planejamento, direção coletiva, disciplina, mística, crítica e autocrítica foram alguns dos princípios organizativos do MST trabalhados durante o Encontro de Formação Política do sudoeste baiano.
O encontro aconteceu nesta terça (03) e quarta-feira (04), no Centro de Formação Pátria Livre, em Barro do Choça, e reuniu cerca de 100 trabalhadoras e trabalhadores Sem Terra, em sua maioria jovens, dos assentamentos e acampamentos da região.
De acordo com Jeivã Santos, da direção estadual do MST, o encontro cumpriu o objetivo de motivar a militância a permanecer lutando em defesa da Reforma Agrária e a formar novos quadros organizativos para atuar diretamente nas áreas do Movimento.
Debates e desafios
Durante os dois dias de formação, os Sem Terra realizaram uma análise do cenário político atual apontando os principais desafios colocados à classe trabalhadora na luta por direitos.
Além disso, debateram a organicidade interna do MST, os avanços da luta na região e as limitações encontradas pela militância em garantir a formação política.
Para Isaias Nascimento, também da direção estadual, um dos pontos positivos do encontro foi a participação massiva da juventude na construção dos debates e da organicidade das atividades.
“Nossa juventude veio cheia de vontade para protagonizar os debates. As reflexões trazidas pelos nossos jovens nos ajudaram acumular politicamente na construção de nossas lutas e na apropriação de novas ferramentas de diálogo com a sociedade”, destacou.
Outra questão abordada no encontro foi a organização da produção dos assentamentos através da cooperação e métodos sustentáveis.
“Somos os sujeitos que alimentam toda a sociedade e por isso precisamos qualificar e aumentar a produtividade por meio de agroindústrias. Com isso, podemos avançar também na luta contra o agronegócio”, enfatizou Jeivã.
Atividades Culturais
Se durante o dia a juventude estava construindo os debates, a noite as atividades culturais foram trabalhadas a partir do olhar e da vivência destes sujeitos.
Piadas, rodas de conversa, poesias foram algumas das atividades realizadas pelos jovens.
Ao mesmo tempo que resgatavam as raízes culturais, trabalharam também, a construção de uma identidade camponesa e militante.
As canções e os causos relatados pelos avós deram um tom descontraído ao ambiente que propôs discutir amplamente o que é ser um jovem Sem Terra.
Avanços
Avaliando o encontro e projetando novas lutas a esta militância jovem, Isaias afirmou que houve a confirmação dos trabalhadores em seguir levantando a bandeira da Reforma Agrária e a incorporar o debate das lutas populares no bojo organizativo do Movimento.
“Estas questões nos ajudarão a tocar as tarefas orgânicas e a construir novas lutas contra o agronegócio”, concluiu.
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