Encontro potencializa a participação da juventude na luta pela transformação social


“A revolução se faz através do homem, mas o homem tem que forjar no dia a dia, seu espírito revolucionário”. Inspirados nestas palavras de Che Guevara e na mística da luta diária, cerca de 150 Sem Terra realizaram o 7º Encontro da Brigada Aloísio Alexandre.

A atividade aconteceu entre os dias 13 e 14 de novembro no Pré-Assentamento Avací Silva, em Ibirapuã, no extremo sul da Bahia.

No encontro, os Sem Terra realizaram um estudo sobre as formas de cooperativismo, a produção, comercialização, os avanços e limites políticos encontrados na luta pela Reforma Agrária. 

Além disso, analisaram as perspectivas de lutas para 2016.

Na ocasião, a juventude Sem Terra protagonizou os debates abordando a importância do MST na promoção de espaços que possibilite a participação e a formação dos jovens do campo.

Para Idoglésia Lopes (24), do coletivo de juventude, o Movimento representa: esperança, oportunidade e futuro para a juventude camponesa. 

“Aqui, os jovens têm oportunidades e espaços para participar e contribuir na construção do projeto de transformação da sociedade. Desenvolvem a consciência de preservação do meio ambiente, através da agroecologia, e cuidado com o próximo”, afirmou Lopes.

Diante do cenário político atual, os jovens pautaram a necessidade de construir mais cursos superiores para juventude camponesa, como ferramenta de superação e enfrentamento ao êxodo rural.

Avanços e limites

De acordo com Erisvaldo Souza, militante, a luta pela terra sempre teve o protagonismo dos movimentos sociais, que junto a sociedade, vem pautando e construindo políticas que provocou alguns avanços, “mas, é muito pouco”, destacou.

“Dilma avançou na construção de políticas sociais, compensatórias, porém, o processo de conciliação de classes, construída desde o Governo Lula, teve um desgaste e o diálogo com os movimentos de luta não houve”, explicou. 


“No início do segundo mandato, a presidenta Dilma Rousseff afirmou que assentaria cerca de 120 mil famílias. Se a gente não sair para rua com muita força, não conseguiremos avançar com a luta da Reforma Agrária”, disse.

Além disso, Souza apontou os cortes realizados nos órgãos públicos, a nível nacional e estadual, como retrocessos que está limitando a atuação e os avanços da classe trabalhadora. 

“Os cortes orçamentários estão nos afetando diretamente e o INCRA, órgão responsável pela demanda agrária no país, está sendo precarizado”, pontuou Souza. 


Através deste cenário político, Cinair Paixão, da direção do MST, avalia o encontro como uma ferramenta importante capaz de fortalecer a participação dos assentamentos e acampamentos no processo de construção das lutas. 

Compreendo o espaço como um instrumento de reflexão e de construção de linhas políticas frente ao avanço do capital, Ele afirmou ainda que “os encontros são momentos importantes para estudar os avanços e limites enfrentados durante o ano”.

“É um exercício de reflexão para analisar onde se pode avançar mais”, concluiu.