Em jornada, Sem Terrinha lutam contra o fechamento de escolas no extremo sul

“Fechar escola é Crime!”. Este grito de ordem se repetiu diversas vezes nas vozes das crianças durante a Jornada dos Sem Terrinha na região do extremo sul da Bahia.

Entre os dias 09 e 12 de outubro, a jornada mobilizou cerca de 600 crianças das brigadas Joaquim Ribeiro, Chê Guevara e Elias Gonçalves de Meura. Impulsionando as lutas contra o fechamento das escolas no campo. 


A frente deste processo, as crianças realizaram três encontros simultâneos nos municípios do Prado, Itabela e Santa Cruz Cabrália.

Os encontros fortaleceram da identidade camponesa ao trazer a mística, a ciranda, as brincadeiras e os jogos que fazem parte do dia a dia das crianças nos assentamentos e acampamentos do MST. 

Além disso, abordaram a importância da agroecologia na escola, a construção da soberania alimentar, a educação do campo e a Reforma Agrária. Culminando com marchas e intervenções em espaços públicos nos municípios da região. 


Nestes atos, as crianças denunciaram a ausência de políticas públicas e cobraram das autoridades maior responsabilidade e compromisso com os povos do campo.

Ingrid Santiago (10), estudante, afirmou que o encontro dos Sem Terrinha foi muito legal por ter sentido na pele a energia de estar fazendo luta junto com outras crianças.

Já Gustavo Santos (12), também estudante, acredita que todos os temas trabalhados nos encontros são importantes e a caminhada realizada nos centros das cidades puderam dialogar com a sociedade sobre a Reforma Agrária.


“Falamos sobre o fechamento das escolas no campo e fomos até as ruas denunciar. Essa é a nossa tarefa quanto Sem Terrinha”, enfatizou.

Jornada Sem Terrinha

Esta jornada de luta e formação em defesa da educação do campo é realizada no mês de outubro para desconstruir a apropriação dada pelo capital ao dia das crianças em relação ao consumo. 

“Queremos que nossas crianças compreendam a nossa realidade e percebam que a luta é de extrema importância para romper o individualismo e forjar sujeitos críticos e coletivos”, ressaltou o setor de educação do extremo sul. 

Já foram realizados no mês de setembro dois encontros com as crianças nos municípios de Medeiros Neto e em Mucuri. Neste mês, teremos mais uma atividade e em seguida, os Sem Terrinha participarão do encontro regional nos dias 24 e 25 de outubro, em Itamaraju.

Para esta atividade diversos espaços de formação e aprendizagem, através de linguagens artísticas e culturais, pretendem potencializar as experiências e as lutas vividas nas escolas do campo.

Para Jaziam Mota, da direção estadual, estes espaços de formação são de fundamental importância para fortalecer a identidade Sem Terra, propiciar às crianças momentos de integração, trocar experiências e socializar os conhecimentos. “Queremos expressar a solidariedade fazendo lutas e construir com nossas crianças uma história diferente”, concluiu.