Segundo a Organização das Nações Unidas para Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) na escola o preconceito contra os homossexuais são naturalizados e banalizados.
Tendo este cenário de negação e violência no espaço escolar, o coletivo estadual de comunicação e juventude do MST na Bahia realizou nesta quinta-feira (17) uma intervenção política durante o 17º Encontro Estadual de Educadoras e Educadores do MST.
Com objetivo de propor um debate acerca da identidade de gênero e no intuito de combater o preconceito e a LGBTfobia, a intervenção trouxe no olhar e no corpo dos sujeitos LGBT as marcas da violência que cotidianamente são invisibilizadas na sociedade.
Para isso, a intervenção provocou a desconstrução sobre o ser homem e ser mulher, propondo construir uma sociedade de iguais, baseada nos valores socialistas.
As cores do arco-íris como instrumento de visibilidade a diversidade sexual trouxeram a simbologia da luta pela Reforma Agrária, apontando mais uma vez a importância de se pensar, no âmbito escolar, metodologias políticas e educativas que garantam plena liberdade sexual.
Eliane Oliveira, do coletivo estadual de educação, problematizou o silenciamento do estado diante da questão, ao pautar a falta de elementos políticos para se trabalhar a identidade de gênero nas escolas.
“Precisamos criar dentro da educação popular instrumentos de formação para trabalhar uma prática pedagógica que respeite o sujeito e a diversidade embutida na sua construção social. A liberdade sexual precisa ser vista com mais sensibilidade política por nossos educadores, que por outro lado, precisam ter clareza do papel que possuem em construir novos sujeitos”, destacou.
Pensando na inserção do debate dentro do MST, a intervenção denunciou a violência, reproduzida na lógica do capital dentro dos movimentos de esquerda, pautando a luta contra LGBTfobia como estratégia organizativa para construir uma nova sociedade.
“Torna-se necessário levantar em nosso campo popular de luta a intersetorização deste debate dentro MST, criando grupos de estudos e ampliando o conhecimento para nossos espaços regionais e estaduais de formação”, conclui Eliane.
Para Wesley Lima, do setor de juventude e comunicação, o sujeito LGBT está inserido em todos os espaços de luta do Movimento, ajudando avançar a luta pela democratização da terra no país.
“Nosso maior desafio é compreender os aparatos ideológicos de dominação do capital para com a classe trabalhadora e construir ferramentas que impulsionem a participação, a mística, formação e a legitimação da diversidade como uma identidade política dentro do MST”, enfatiza Lima.
Com isso, os LGBT Sem Terra apontam como desafio a formação política e a participação na construção orgânica da luta pela Reforma Agrária Popular e a escola foi apontada, junto com todo corpo do Movimento, como instrumentos que possam combater todas formas de opressão.




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