Educadores da Bahia defendem a educação do campo em seu 28º Encontro

Iniciou nesta quinta-feira (21) o 28º Encontro Regional de Educadores e Educadoras do MST no município de Alcobaça, extremo sul da Bahia.


Com objetivo de aprimorar os conhecimentos dos profissionais da educação básica a respeito da formação continua numa perspectiva emancipatória, o evento conta com a participação de 400 profissionais da educação que atuam nas áreas de assentamentos e acampamentos do MST.

Este ano o encontro acontecerá de 21 a 23 e traz o lema “Educação não é Mercadoria”.

Durante os três dias, haverá intercâmbios de experiências sobre a realidade da educação nas comunidades rurais e estudará temas, como, conjuntura da educação do campo, Reforma Agrária Popular, os princípios pedagógicos do MST e as práticas agroecológicas nas escolas do MST.

De acordo Eliane Oliveira da coordenação regional do setor de educação do MST na Bahia as atividades buscam a integração contínua dos educadores com as famílias Sem Terra e com suas práticas de produção agroecológica.

Fortalecendo este principio e incluindo este debate na educação, João Portela da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ – USP) afirma que nosso desafio é levar o debate da agroecologia para dentro da grade curricular das escolas do campo.

O encontro regional foi construído a partir dos pré encontros realizados, durante os meses de fevereiro, março, abril e maio, nas seis brigadas que formam a regional.

Antônio Martins, mais conhecido como Toizinho, educador, acredita que a formação ideológica é uma prioridade, especialmente nesse ano que celebramos 30 anos de luta.

“Os temas que serão abordados no encontro responde essa necessidade de formação. Trazendo como eixo central o debate da Reforma Agrária Popular”, enfatiza.

Mesa de Abertura


Já Eliane afirma que a educação do campo busca se contrapor a lógica do capital que através do agronegócio privatizou a educação em todos os níveis. 

“Nosso objetivo é fortalecer a luta dos trabalhadores camponeses e protagonizar a transformação social”, conclui.

Nesta perspectiva, os educadores do MST acreditam no modelo de educação do campo que cumpri o papel de romper com a formação que as empresas do capital impõe nos currículos da educação básica e superior.

Além dos debates, os educadores celebram algumas conquistas históricas na região, por exemplo, a inclusão da disciplina de agroecologia no currículo escolar das escolas do campo do município de Alcobaça e a construção de novas escolas nos assentamentos e acampamentos do MST na região.