Sem Terras criam agenda de luta na Bahia durante Encontro Estadual


Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia

Lutar. Construir Reforma Agrária Popular! Foi um dos gritos de ordem que esteve presente no 27º Encontro Estadual do MST na Bahia, realizado entre os dias 15 e 18/01 na Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS).

O Encontro contou com a participação de 800 trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra e se propôs avaliar as lutas e a organização do Movimento durante o ano de 2014, construindo linhas de atuação para este ano.

Pensando nisto, foi possível levantar as principais demandas na luta pela terra, visando a organização da base social no estado, criando uma agenda de mobilizações e ocupações.

O Movimento consolidou pautas no campo da formação e mobilização, tendo como base, a unidade entre os diversos movimentos populares e aumentou seu território ao construir a regional do São Francisco, cuja cidade pólo é Bom Jesus da Lapa.

Desafios Apontados

Analisando a conjuntura política e as lutas no estado, Elizabeth Rocha da direção nacional do MST afirma que “lutamos contra as empresas transnacionais do agronegócio no estado, especialmente a do eucalipto e da cana, mas também contra os meios de comunicação burgueses”.



A juventude, as mulheres e os Sem Terrinhas foram colocados como alicerce deste novo período e desafiados a protagonizar diversos espaços, como a organização de coletivos de cultura, agitação e propaganda, grupo de mulheres, associações com as trabalhadoras e ocupações que dialoguem com estas pautas específicas.

os trabalhadores e trabalhadoras do Encontro apontaram que “o ano de 2015 representa um novo momento histórico na luta pela Reforma Agrária Popular. Por isso temos a necessidade constante de planejar e articular as ações contra o avanço violento do capital agrário”. 

Compreendendo estes desafios Márcio Matos da direção nacional afirma que “as eleições de 2014 apontaram os interesses e a ofensiva da burguesia para conquistar o governo. Com a reeleição de Dilma se abre novas perspectivas para a transformação social”.

Dentro desta perspectiva e considerando as experiências de luta nestes 30 anos do MST e especialmente o conhecimento adquirido nos últimos 12 anos do PT “se concluiu que para a transformação da atual sociedade brasileira será necessário uma intensa luta tanto do campo, como da cidade. Uma luta conjunta contra a estrutura do capital, pressionando o governo a atender as exigências da classe trabalhadora”, enfatiza Matos.

Os Sem Terra, durante o encontro, concluíram que a luta direta através das ocupações vão garantir as mudanças sociais e construir um novo modelo agrícola no país.

Desta forma, Débora Nunes também da direção nacional afirma que “a nossa experiência nestes anos de luta, nos leva a acreditar cada vez mais que este modelo de sociedade capitalista não é o que queremos. Queremos uma sociedade emancipada, onde os trabalhadores sejam protagonistas do desenvolvimento social, cultural e econômico”.