Em seu segundo dia, o Acampamento das Trabalhadoras Rurais debate a violência contra a mulher

Por Coletivo de Comunicação do 12º Acampamento


Com o tema “A luta e Organização das Mulheres Trabalhadoras Contra a Violência e pela Autonomia e Construção de um Projeto Popular”, o 12º Acampamento das Trabalhadoras Rurais da Bahia, está contando com diversos temas para debate.
 

No segundo dia de atividades (18/03) as questões nortearam o foco no enfrentamento à violência contra as mulheres. Facilitando os estudos em plenária Denice Santiago, Coordenadora de Ações Temáticas da Secretaria de Política para as Mulheres (SPM) provocou diversos pontos.
 

Ela explanou sobre os tipos de violência contra as mulheres (psicológica, moral, patrimonial, sexual e física) e debateu a importância da Lei Maria da Penha, das Delegacias Especiais de Atendimento a Mulher, ressaltando os aparelhos de proteção e ajuda como os Centros de Referência.

Para Denice, “todos estes espaços e leis são frutos da luta histórica das mulheres do campo e da cidade”.
 

Para além destas questões de cunho explicativo, as camponesas problematizaram as dificuldades de acessar as políticas públicas e as limitações dessas na busca de possibilidades de romper com o ciclo de violência.
 


A autonomia, a valorização e o reconhecimento dos direitos das mulheres foram apontados como soluções, mas também a compreensão da necessidade da transformação das relações sociais como um todo. Estes pontos colocam os movimentos sociais como responsáveis por assumir a luta pelo fim da violência.
 

As trabalhadoras diante das questões colocadas relataram experiências que emocionaram. A superação e o estímulo foram mostrados pelas camponesas ao se contrapor ao machismo e as suas diversas formas de opressão, dentre elas a violência doméstica.
 

Sub-Plenárias
 

Para além dos debates que se fundamentaram em plenária composta pelas 500 participantes do Acampamento, aconteceu durante a tarde as sub-plenárias.
 


Divididas em grupos com cerca de 30 mulheres, os temas debatidos foram diversos, dentre eles, agroecologia, direitos sociais das mulheres, experiências de produção organizada pelas mulheres, plebiscito popular, políticas públicas e muitos outros.
 

Estes espaços de formação se objetivaram na troca de experiências e no estudo permanente sobre as questões que norteiam a autonomia e enfrentamento a violência.

O Acampamento se encerra nesta quarta-feira (19/03) e pretende ainda tirar encaminhamentos para consolidar ações locais e conjuntas entre os movimentos sociais.