Nós, educandos e educadas da Turma de Jornalismo da Terra da Turma Luis Gama (MST e MAB) viemos manisfestar nossa Indignação diante do julgamento do ex-presidente da União Democrática Ruralista (UDR) do Noroeste do Paraná, Marcos Prochet.
O julgamento da morte do trabalhador Sem Terra Sebastião Camargo, assassinado no ano de 1998, por milicias privada a mando da UDR-PR, teve início na manhã desta terça-feira (27). Porém, sem a presença dos réus Marcos Prochet, ex-presidente da UDR, e de Augusto Barbosa da Costa, integrante da milícia organizada e financiada pela União Democrática. Ainda assim, é a primeira vez que um latifundiário senta no banco dos réus no estado, Teissin Tina, proprietário da fazenda foi julgado e condenado a seis anos de prisão.

A União Democrática Ruralista (UDR) é a principal opositora dos movimentos que lutam pela terra no Brasil, nas duas ultimas décadas intensificou perseguições a lideranças e militantes do MST. É responsável pelo assassinato de lideranças camponesas em vários estados.
A UDR durante anos acusou o MST de ser um Movimento guerrilheiro, mas é a própria UDR quem treina paramilitares, pistoleiros e milicias rural para atacar acampamentos de Sem Terra em todo Brasil. Para quem não sabe, fundadores da UDR ofereceram exilio para o ditador paraguaio Alfredo Stroesner, nos anos 80 na casa da família Caiado de Ronaldo Caiado um dos fundadores da UDR, hoje um dos principais deputados federais da bancada ruralista inimigo da Reforma Agrária. Naquele periodo a UDR recebia armas do ditador paraguaio.
Manifestamos nosso repúdio onde mais uma vez, na história dos conflitos no campo permanece a impunidade, mesmo com várias provas a família da vítima não recebeu qualquer reparação. O Estado brasileiro não cumpriu sua obrigação de garantir o direito à vida de Sebastião Camargo Filho, ao não prevenir a morte da vítima e ao deixar de investigar devidamente os fatos e sancionar os responsáveis.
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Índios Guarani Kaiowá |
Nós, não podemos ficar calados diante de tanta impunidade no campo. Sabemos que quem gera conflitos e a impunidade no campo são os fazendeiros e proprietários do latifúndio que fazem parte de uma elite burguesa, os mesmos que mantém o modelo do Estado brasileiro nas suas esferas do Executivo, Judiciário e Legislativo, que historicamente vem investindo no fortalecimento do modelo de desenvolvimento concentrador, excludente e degradador, mantendo a opção pelo agro e hidronegócio e que promove a criminalização dos Movimentos do Campo.
"Para cada morte, gritaremos mais forte: Reforma Agrária Já!"
Turma Luiz Gama- Jornalismo da Terra da Universidade Federal do Ceará.
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