Sem Terra trancam BR-324 e montam acampamento no Farol da Barra, em Salvador

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Impulsionando as lutas em defesa da democracia e pela Reforma Agrária, na manhã desse sábado (16), cerca de 4 mil trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra fecharam a BR-324, na altura do km 603, localizado próximo a Simões Filho. 

Durante o ato, que durou aproximadamente 4 horas, diversas músicas e intervenções políticas apontaram as lutas como instrumento de diálogo com a sociedade sobre os riscos e as perdas, que o pedido de impeachment, pode provocar à classe trabalhadora caso seja aprovado.

Após o trancamento da BR, os Sem Terra se deslocaram para o Farol da Barra e, em ato simbólico, montaram um grande acampamento por tempo indeterminado.

Leonice Ferreira, da direção estadual do MST, diz que a ocupação de um espaço, como o Farol da Barra, que historicamente caracteriza-se como da elite burguesa, significa um marco na luta pela democracia no país.

Para Ela, a ação reafirma também, o compromisso dos trabalhadores em ocupar as ruas para pautar a Reforma Agrária Popular e “exigir justiça aos lutadores do povo que morreram em defesa de uma sociedade mais justa, fraterna e igualitária”.


Enfatizando a importância da ação, Marcio Matos, militante, acredita que o governo da presidenta Dilma não será interrompido porque o povo está nas ruas. “A força e unidade no trancamento da BR, e depois na ocupação do farol, mostram isso”. 

Já Danielle Ferreira, do Partido dos Trabalhadores (PT), que acompanhou a luta, destaca que a democracia é incompatível com o latifúndio, “por isso precisamos ocupar as terras e mexer na estrutura do capital”.

No acampamento, os trabalhadores estão com uma programação de atividades pela tarde e noite, com advogados e artistas populares, resgatando a cultura e a história de luta do povo.

Acampamento no Farol da Barra
As atividades fazem parte da Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária, que durante o mês de abril, pretende mobilizar milhares de trabalhadores contra o agronegócio. 

Além disso, as lutas fortalecem as pautas populares puxadas pela Frente Brasil Popular e Povo Sem Medo em defesa da democracia e contra o golpe. 

Vigília

A direção do MST afirma, que os Sem Terra estão em vigília permanente contra o golpe e no domingo (17), várias atividades vão ser realizadas em memória e repúdio ao massacre de Eldorado dos Carajás, que completa 20 anos de impunidade. 

Está programado ainda, algumas intervenções, como panfletagem, místicas e apresentações artísticas.

As 15 horas, acontecerá um Ato Ecumênico, com representações religiosas do estado, em memória as mortes no campo, denunciando a violência e o golpe.