Sem Terra levam mística e resistência para Sessão Especial na ALBA


Com bandeiras e punhos erguidos, cerca de 4 mil trabalhadores Sem Terra marcharam, na manhã dessa segunda-feira (18/04), pelo Centro Administrativo da Bahia (CAB), em direção a Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), para participar de uma Sessão Especial em memória ao Massacre de Eldorado dos Carajás. 

Os trabalhadores estão com acampamento montado no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) desde a madrugada, onde entregaram uma pauta de reivindicação. 

A sessão especial foi puxada pelo gabinete do deputado estadual Bira Corôa, em parceria com a direção do MST e contou com a participação de diversas representações políticas, de movimentos e organizações populares.

Durante ato, denunciaram a violência no campo e repudiaram a aprovação do processo de impeachment, realizado na noite desse último domingo (17/04) pela Câmara dos Deputados.


Evanildo Costa, da direção nacional do MST, disse que o atual cenário político reafirma a necessidade de continuar em luta, “mesmo depois do ato vergonho no congresso nacional”.

“Não estamos no sofá assistindo de camarote a morte de nossos trabalhadores e o golpe a democracia. Estamos nas ruas e continuaremos mobilizados e em vigília permanente”, destacou Costa.

Para Vera Lúcia, secretária de promoção da igualdade racial, no dia 17 de abril completou 20 anos do massacre de Eldorado dos Carajás e agora a nossa história também está marcada pelo golpe. 

“As frentes conservadoras dentro do Congresso querem interromper as políticas e conquistas sociais da classe trabalhadora. Por isso, precisamos resistir e aprender com aqueles que tombaram na luta para continuar resistindo, denunciando e repudiando”, afirmou. 


Referencial de luta

O dia 17 de abril é um marco na história da luta pelo direito a terra, reconhecido internacionalmente, por conta do massacre de Eldorado dos Carajás. 

“Se passaram 20 anos de impunidade, os mandantes seguem soltos e a Reforma Agrária segue totalmente paralisada no país”, explicou a direção do Movimento. 

O deputado Bira, acredita que o estado, dentro de uma estrutura burguesa, tem sido um dos maiores autores da violência sistemática contra os povos do campo. “Nossa história é sempre contada pelo explorador e nós não somos incluídas como protagonistas desta história. Por isso, o dia 17 não pode passar em branco”.

Compreendendo o retrocesso político apontado pela Câmara dos Deputados, aprovando o golpe, o deputado enfatizou que perdemos uma batalha, mas não a guerra.