Nesta sexta-feira (19/02), cerca de 120 famílias Sem Terra ocuparam a fazenda Changrilá, de 1.400 hectares, localizada no córrego Bom Sucesso, em Jucuruçu, no Extremo Sul baiano.
O latifúndio ocupado faz parte de um conjunto de fazendas que Álvaro Pereira Filho, proprietário, mais conhecido como Álvino Para Todos, possui nas regiões de Itanhém e Jucuruçu.
De acordo com as famílias, os latifúndios de Álvino não cumprem sua função social, principalmente numa região onde existem centenas de famílias desempregadas e em busca de terra para produzirem alimentos.
Denunciam também, os órgãos públicos na região e cobram do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) que as terras sejam desapropriadas, tendo em vista, que o proprietário possui terras improdutivas e realiza práticas de destruição das florestas e da biodiversidade, com queimadas e aplicação de veneno nas terras.
Direitos
Para o trabalhador João da Silva, na região existe uma prática muito comum de violação aos direitos trabalhistas e exploração dos trabalhadores. “Nesta fazenda não é diferente. Não se contrata ou registra as carteiras dos trabalhadores, apenas pagam as diárias ou empreitam os serviços temporariamente. Um ou outro funcionário, que tem os registros legalizados com o objetivo de burlarem as autoridades”, explica.
Durante o processo de ocupação e construção do Acampamento Bruna Araújo na fazenda, os Sem Terra apontaram o modelo de produção do agronegócio como responsável pelo aumento do êxodo rural e nos índices de desigualdades sociais. Tendo a juventude do campo e da cidade como as principais vítimas.
Na região, o MST avalia que existe práticas que atentam contra os Direitos Humanos e ferem os princípios da Constituição Federal, não sendo diferente em Jucuruçu.
Violência no campo e omissão
No decorrer do ano de 2015 houve um aumento significativo nos índices de violência no campo e da concentração de terras improdutivas na região de Jucuruçu. Exemplo disso, são as ameaças de mortes sofrida por diversos trabalhadores Sem Terra.
Neste caso específico, as famílias sofreram quatro despejos violentos e em várias ocasiões foram humilhadas e discriminadas pelos representantes do poder judiciário, denuncia o MST.
As famílias estão acampadas na fazenda e afirmam que só saíram da área com o decreto de desapropriação.
Pastos abandonados na fazendo Changrilá |
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