Por Coletivo Estadual de Comunicação MST/BA
Nesta ultima quarta feira (02) cerca de 1 mil Trabalhadores Rurais Sem Terra das nove regiões do estado da Bahia relembraram e denunciaram o assassinato do Militante Fábio Santos que completa um ano de impunidade.
As atividades realizadas cobraram do poder público punição aos mandantes e assassinos do Militante Fábio Santos, contando com a participação de familiares, amigos e parceiros.
Iniciando o dia de mobilizações os trabalhadores participam de uma missa no local do assassinato, na estrada entre o município de Iguaí e o distrito de Palmeirinha.
Após, os trabalhadores saíram em marcha em direção a sede municipal. Esta ação teve por objetivo dialogar com a sociedade iguaiense sobre o processo histórico de violência no campo, com foco na impunidade do assassinato de Fábio.
Denunciando a morosidade das investigações, Evanildo Costa da Direção Estadual do MST, afirma que o estado não cumpri o seu papel democrático ao deixar impune os mandantes e assassinos de Fábio.
Continuando em luta pelas ruas de Iguaí, os camponeses realizaram na Praça Manoel Novaes, centro da cidade, um Ato Público com diversas representações a nível Federal, Estadual, Municipal e com a participação de organizações parceiras do MST.
Em apoio a marcha, Vera Lúcia Barbosa, Secretária de Políticas Públicas para as Mulheres da Bahia, diz que é muito importante se mobilizar e cobrar do estado respostas referente ao processo de violência sofrida pelos trabalhadores do campo. Para Ela esta atividade se legitima a partir do momento que consegue o apoio da população.
Violência no Campo
Iguaí possui um histórico de violência que reprime os trabalhadores e a luta do povo pela terra.
Segundo os Sem Terra, de 2011 à 2014, 62 camponeses já foram assassinados no município e as investigações estão paradas.
Este município é apenas um reflexo de um panorama geral. Segundo dados da Comissão pastoral da Terra (CPT) foram registrados 29 assassinatos de trabalhadores rurais em conflitos no campo em 2011. Um número menor que no ano de 2010, quando foram assassinados 34 trabalhadores. Entretanto, houve um aumento de quase 178% no número de trabalhadores e trabalhadoras ameaçadas de morte.
Os dados demonstram que no campo, nos quatro primeiros meses do ano (2010), 12 trabalhadores foram assassinados em conflitos no campo.
No mesmo período do ano de 2011, oito haviam sido mortos. Demonstrando assim que a violência continua e a impunidade diante dos assassinatos e ameaças persistem.
Acampamento
Diante da conjuntura de impunidades históricas no município, os trabalhadores montaram acampamento na Praça Manoel Novaes exigindo imediatos esclarecimentos da Justiça referente a morte do Militante.

Mediante a luta e as demandas de esclarecimentos reivindicados pelos trabalhadores, a SSP – BA marcou uma audiência com representantes do MST para discutir as investigações em torno do caso.
Com audiência marcada, os trabalhadores desocuparam a Praça, porém, com a proposta de voltar à cidade se a impunidade persistir.
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