Após despejo arrendatário desmata e queima áreas da Fazenda Jequitibá




As 35 famílias acampadas no Acampamento Antonio Conselheiro, localizado no município de Camamu, foram despejadas em setembro do ano passado da Fazenda Jequitibá na qual estavam trabalhando a mais de cinco anos. O despejo foi pedido pelo arrendatário da fazenda Gleide Santana. Após a ação Gleide começou a desmatar e queimar grandes partes das Áreas de Preservação Permanente (APP) que são asseguradas pelo Código Florestal Brasileiro.

De acordo com o código, toda área enquadrada nos artigos 2º e 3º da Lei nº4.771, coberta ou não por vegetação nativa, tem por obrigação a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, além de proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas.

Com base na lei florestal a direção estadual do MST na região denunciou o arrendatário ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) do município de Ilhéus, e ao Instituto de Meio Ambiente e Recurso Hídricos (Inema)  de Salvador.

Até o momento nenhuma ação foi tomada pelos institutos, enquanto isso as famílias aguardam nos arredores do Assentamento Paulo Jackson, vizinho a fazenda.

O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), por meio de uma reivindicação do MST, já realizou a vistoria da Fazenda e o laudo confirmou a improdutividade das terras, porém a emissão de posse ainda não foi dada e as famílias continuam resistindo as ofensivas do latifundiário.