Acampamento da Juventude unifica as bandeiras de luta e constrói uma agenda unitária


O Acampamento da Juventude Popular foi realizado entre os dias 30 de abril e 3 de maio em Vitória da Conquista, sudoeste baiano, reunindo 300 jovens militantes de diversos movimentos sociais do campo e da cidade.

Com o objetivo de discutir os desafios da juventude popular e as ferramentas que podem ser utilizadas para enfrentá-los, os jovens construíram intervenções de agitação e propaganda e linhas políticas de atuação para este período de luta.

No primeiro dia, as atividades aconteceram na Universidade Estadual do Sudoeste Baiano (UESB) e os demais no Colégio Estadual Anísio Teixeira.

O espaço faz parte de uma ação nacional de formação política, construída pelo MST e o Levante Popular da Juventude. 

“A juventude sempre esteve presente em todos os espaços de luta e na organização dos movimentos sociais. Este acampamento popular cumpre o papel de formar novos militantes e construir uma agenda unitária de lutas contra a ofensiva do capital” afirma Wesley Lima, coordenador do coletivo de comunicação e juventude do MST na Bahia.

Formação

Durante os quatro dias de acampamento, aconteceram mesas de debate, rodas de conversa, oficinas, atividades culturais e espaços de auto-organização das mulheres e da diversidade sexual. 

Com muita agitação e descontração, a juventude pode discutir também a conjuntura atual, os inimigos do povo, a importância de se organizar e quais os compromissos e lutas que terão pela frente. 

A principal bandeira levanta durante o acampamento foi a da Reforma Política. Alexandre Xandó do Levante Popular da Juventude diz que a juventude vem sofrendo cotidianamente com a violência imposta por este sistema capitalista que possui como natureza a ideologia burguesa. 

“Lutamos por uma Reforma Política porque o povo terá voz. O capitalismo nunca irá se humanizar, por isso estamos estudando a conjuntura e fortalecendo a luta a partir de nossas organizações” enfatiza Xandó. 


Intervenções

Uma das marcas deste acampamento foi o diálogo com a população em relação às bandeiras defendidas pelos movimentos sociais presentes no encontro. 

Na abertura do 3º Festival da Juventude, realizado pela Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista, houve uma intervenção política com cartazes e gritos de ordem em defesa da democratização dos meios de comunicação e denunciando a falta de políticas publicas para juventude rural.

Durante um dos shows realizado pelo evento, a juventude fez um ato contra a redução da maioridade penal. 

Para este momento, os jovens entraram marchando no meio do público com bandeiras, faixas, entoando o verso “todo camburão tem um pouco de navio negreiro” e subiram no palco, conclamando a população se somarem a luta.



Compromissos e desafios

Na última mesa do acampamento, foi discutida a importância da juventude nas lutas populares e foram firmados compromissos com os jovens presentes. 

O principal desafio apontado é a necessidade de organizar a juventude para enfrentar e protagonizar as lutas em defesa de uma Reforma Política, além de impulsionar o trabalho de base nas suas respectivas localidades e movimentos. 

De acordo com Thays Carvalho da coordenação nacional do Levante Popular da Juventude, “o mundo que está aí não foi feito para nós e é por isso que a gente se organiza”. 

“Nossa missão é ser força viva de luta para construir um projeto de sociedade para o país”, conclui Thays.

Toda juventude voltou para suas localidades com o compromisso de organizar a luta, defender a Constituinte do Sistema Político e ser protagonistas na construção de um projeto democrático e popular.