Nesta jornada de luta em defesa da Reforma Agrária, a região do baixo sul baiano foi marcada pelo enfrentamento direto ao latifúndio e ao coronelismo dos fazendeiros de cacau.
O MST mobilizou mais de 500 trabalhadores e realizaram do dia 17 a 20/04 três ocupações. Nestas ações, estavam denunciando a improdutividade do território e pautando um projeto popular de desenvolvimento para região cacaueira.
A primeira ocupação aconteceu à fazenda Dois Oitis, localizada no município de Nova Ibiá, que possui 800 hectares. Logo após, a fazenda Copacabana em Jequié com 750 hectares. Por fim, os 800 hectares da fazenda Itapema no município de Igrapiúna foram ocupados pelos Sem Terra.
Histórico
A região cacaueira é marcada historicamente pela repressão e violência do latifúndio para com os trabalhadores. Este cenário se intensifica em meados dos anos 90 quando a produção de cacau sofre impactos com a chegada da vassoura de bruxa, praga natural da Região Amazônica, considerada uma das mais ameaçadoras para produção de cacau.
Diante disto, os fazendeiros transformaram as relações trabalhistas, deixando de pagar as diárias, por dia, para o sistema de meias, uma relação informal no qual o trabalhador produz e divide o produto do trabalho.
A situação de informalidade impede o acesso aos direitos trabalhistas como aposentadoria e auxílio doença. O resultado foi a evasão rural e o colapso das fazendas, que tornaram-se improdutivas.
Novo Projeto
Através das ocupações de terra, os trabalhadores pretendem construir um novo projeto de desenvolvimento produtivo para o Baixo Sul.
Para direção do MST na região, o latifúndio implementa o desrespeito à legislação trabalhista e a super exploração do trabalho com o uso intensivo de agrotóxicos e a improdutividade da terra.
De outro lado os trabalhadores propõem a Reforma Agrária Popular, recuperando o meio ambiente através da Agroecologia, garantindo condições dignas de vida e de trabalho, além da produção de alimentos saudáveis e baratos para toda população.
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