Na luta contra homofobia, Juventude Sem Terra pede o fim da violência

Os homens usavam vestidos, batom, cílios postiços, saltos. As mulheres botas, barbas, camisas largas, cintos, bonés. A proposta era trazer a tona uma reflexão sobre a construção da identidade de gênero e o respeito às diferentes orientações sexuais. 

Sem preconceitos ou padrões, a juventude Sem Terra realizou a Agitação e Propaganda anti homofobia nesta ultima terça-feira (17) durante a marcha estadual do MST na Bahia.



O Ato mobilizou cerca 100 jovens de diferentes regiões do estado e propôs dá visibilidade aos LGBT Sem Terra e lutar contra qualquer tipo de violência. Reafirmaram também que a luta pela Reforma Agrária Popular deve ser uma bandeira de todos.

Exemplo disso foi às faixas e cartazes distribuídas nas filas da marcha que reafirmavam a participação dos LGBT na luta pela terra e exigiam o fim da violência.

De acordo com Beth Rocha, travesti e acampada na região da chapada diamantina, existe preconceito em todos os lugares e não é diferente nas comunidades rurais.

“Acredito que podemos mudar esta realidade. A luta contra a violência precisa acontecer rotineiramente para fortalecer nossa organização. Construir mecanismos que garantam uma sociedade igualitária perpassa o respeito às diversas identidades de gênero”, enfatiza.


O processo de Agitação e Propaganda foi construído como ferramenta interna de dialogo com todos os Sem Terra, a fim de provocar uma reflexão e disseminar o respeito aos LGBT dentro do Movimento.

Compreendendo a importância deste Ato, Evanildo Costa da direção estadual do MST afirma que “para construir uma sociedade realmente justa e igualitária, precisamos erradicar qualquer tipo de violência. Não podemos negar a existência de companheiros e companheiras que fazem parte de nossa luta pelo fato de serem LGBT. O que queremos é fortalecer a Reforma Agrária, pautar as necessidades do povo e não reproduzir um discurso taxativo e homofóbico”.

Os jovens entendem que negar e reprimir a diversidade de identidades existentes no meio dos trabalhadores significa reproduzir a lógica de segregação e violência imposta pelo capitalismo.

Pensando nisto, estão se comprometendo cada vez mais em pontuar as questões relacionadas à identidade de gênero e fortalecer o processo de luta carregando a bandeira anti homofobia. 

Esta foi à segunda agitação realizada pela juventude nas atividades e mobilizações do MST.