O campo brasileiro é um espaço em sua grande maioria, composto por grandes proprietários de terra que produzem monocultivos. A produção de soja, cana de açúcar e eucalipto não passam despercebidos ao olhar desse processo produtivo, liderando as estáticas de acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estáticas (IBGE). Junto a essa grande escala o uso de defensivos químicos, mas conhecidos como agrotóxicos, estão presentes no manejo do solo e por consequência na mesa de milhões de consumidores.
Os agrotóxicos são causadores de muitas doenças, seja com aquele que utiliza o defensivo em seu dia a dia ou o que consome alimentos produzidos com eles. Os sintomas são diversos, a Professora Raquel Rigoto afirma que a exposição prolongada pode causar irritações, escoriações e o câncer.
Dados Estatísticos
Os dados são alarmantes, pois o Brasil é o campeão mundial de consumo de agrotóxicos desde 2008, quando foram despejadas no solo 673 mil toneladas, volume que passou para um milhão na safra 2010/2011, coincidindo com o esgotamento da especulação imobiliária nos países imperialistas.
Alimentos com Agrotóxicos |
Agrovenenos
A produção e a comercialização dos agrovenenos no Brasil e no mundo se concentra na mão de seis grandes empresas transnacionais, que controlam mais de 80% do mercado de venenos. São elas: Monsanto, Syngenta, Bayer, Dupont, Dow e Basf.
A venda de agrotóxicos é incentivada através de isenções fiscais de 60% do ICMS em média, do Confins e IPI, estas estabelecidas em 1997 durante o governo de FHC e mantidas nos governos do PT. No Ceará, o governo estadual estendeu a isenção do ICMS a 100%.
Saúde Humana
Nos últimos anos houve um grande aumento de câncer nos brasileiros em todas as idades. Para Wanderlei Pignati, professor e pesquisador da Universidade Federal do Mato Grosso, esse aumento provém em sua grande maioria de uma produção agrícola químico-dependente, que utiliza sem restrições os agrotóxicos nas grandes produções.
Os agrotóxicos são responsáveis pela contaminação dos recursos hídricos, do solo, do ar, da biodiversidade e dos seres humanos.
“Sempre trabalhei com veneno nas plantações da fazenda. Depois da aplicação do produto, mesmo com a proteção necessária, me sentia muito mal. Ficava tonto, com a garganta seca e muitas dores de cabeça. Hoje eu não trabalho mais com veneno, mas não me sinto uma pessoa saudável”. Afirma Fransisco Xavier, morador do Assentamento Lucas Dantas na Bahia.
Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida
Na luta contra esse modelo capitalista de produção, mais de 30 entidades da sociedade civil brasileira, movimentos sociais, entidades ambientalistas, estudantes, organizações ligadas a área da saúde e grupos de pesquisadores lançaram a Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida.
Esta campanha pretende abrir um debate com a população sobre a falta de fiscalização no uso, consumo e venda de agrotóxicos, ademais disso sobre a contaminação dos solos e das águas bem como denunciar os impactos dos venenos na saúde dos trabalhadores, das comunidades rurais e dos consumidores nas cidades.
Como instrumento de luta e divulgação da campanha foi lançado o filme “O Veneno está na Mesa” do diretor Silvio Tendler, o mesmo que dirigiu: Matzeiva Juliano Mer-Khamis; Tancredo, a Travessia, Giap; Memórias Centenárias da Resistência; Ilha das Flores;
Outro campo de atuação da campanha é o anuncio da possibilidade de construção de um outro modelo agrícola, baseado na agricultura camponesa e agroecológica. Sendo está defendida e utilizada no dia a dia das áreas de assentamentos e acampamentos de diversos movimentos sociais que lutam contra o Agronegócio e a favor da Agricultura familiar.
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