Sem Terra marcham no Centro Administrativo da Bahia denunciando a violência no campo e exigindo a realização da Reforma Agrária

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Ontem (17), os cinco mil Sem Terra que estão mobilizados desde a quinta-freira (11) na frente do Incra e DNOCS da Bahia saíram em marcha pelo Centro Administrativo baiano e ocuparam a Assembleia Legislativa e a Justiça Federal, num ato contra a violência no campo e na luta pela emissão de posse de 49 áreas que estão ajuizadas.

Durante a marcha, os trabalhadores denunciavam a impunidade do massacre ocorrido em Eldorado dos Carajás (PA) em 1996, onde 21 Sem Terra foram mortos durante uma ação de reintegração de posse.

Os trabalhadores rurais exigiam também a investigação e punição dos mandantes e assassinos do Militante Fábio dos Santos Silva, executado no dia 02 por 15 tiros na frente de sua mulher e uma criança.

A primeira parada da marcha foi na Assembleia Legislativa, onde o Movimento contou com o apoio de alguns deputados/as estaduais, como: Luiza Maia, Marcelo Nilo, Isidoro, Fátima Nunes, José Rosalvo, entre outros. 


Para Marcelo Nilo, o MST é o Movimento mais organizado desde o descobrimento do Brasil, pois tem como norte a conquista da Terra para produzir.

O deputado compreendendo a problemática da seca no semiárido baiano, sendo este um dos pontos da pauta do MST neste ano, afirma: “estamos vivendo hoje a pior seca dos últimos 25 anos e o estado esta fazendo o possível para desenvolver políticas publicas para que o nordestino possa conviver e produzir no semiárido baiano”, conclui Nilo.

Em seguida os Trabalhadores continuaram a marcha em direção ao Tribunal da Justiça Federal na Bahia, este ato reivindica com urgência a desapropriação de 49 imóveis ajuizados em todo o estado que estão há mais de dois anos em processo de desapropriação na 7º Vara Agrária e nada foi feito até o momento.

De acordo com a lei agrária, após o ajuizamento da ação o Juíz tem que tomar uma decisão referente a emissão de posse ou não da área em até 48 horas, porém aqui no estado a lei não é cumprida.

Os Sem Terra permaneceram em vigília em frente a Justiça Federal até que a equipe de negociação, já designada pelo movimento, se reúna junto ao Juíz numa audiência para debater as questões citadas no intuito de agilizar os processo.

Chegando as negociações ao fim, os Sem Terra retornaram ao acampamento onde estão mobilizados com a certeza que se o processo não avançar junto a Justiça Federal novas mobilizações acontecerão.